quarta-feira, 24 de agosto de 2011

III Encontro da GOVIO: Recital com Márlou Peruzzolo


2 comentários:

  1. A apresentação do violonista Márlou Peruzzolo veio avultar a lamentável situação de indigência no violonismo clássico de Goiás. Entre acordes demasiadamente (es)forçados e ruídos de corda vibrando nos trastes, o músico interrompeu várias vezes a execução das obras, ora com a desculpa de afinar o violão, ora para tentar achar a posição correta das notas. A apresentação pareceu mais com um ensaio de estudante do que com um recital tecnicamente dito.
    O único mérito aplaudível foi a coragem dos jovens organizadores em cobrar pela entrada, apesar de terem divulgado amplamente a gratuidade do evento em outros sites, como no informativo do Ministério Público Estadual e no blog do Centro Cultural da UFG.
    Ou seja, a propaganda foi duplamente enganosa e o público, iludido, duplamente lesado.
    Não é assim que o violonismo clássico conseguirá conquistar a afinidade daqueles muitos que buscam sequiosos por gêneros profiláticos à terra seca do sertanejo

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  2. Por ser um profundo amante da música e um aficcionado do violão,presenciei o recital do violonista Márlou Peruzzolo, assim como todos os eventos anteriores desta Associação. Justamente por isso, utilizo meu direito de ouvinte para externar minha defesa à Associação e ao violonista em questão, assim como meu veemente repúdio às tuas palavras.
    Em minha opinião, os eventos da Associação Goiana de Violão representam a consolidação de uma nítida necessidade de se opor a tal situação de modéstia do cenário violonístico goiano. Porém, deve-se enfatizar que tal situação de penúria e indigência é o reflexo imediato desta mentalidade tacanha, insensível e ignorante. Pessoas como você – que respaldam a pobreza e a superficialidade de sua percepção sensível na segurança do obscurantismo, no conforto do anonimato – são simultaneamente a tradução literal e a descrição exata deste cenário desolador. Pessoas como você dedicam todas as forças à elaboração de atitudes depreciativas; mas permanecem na inércia sensível e mental quando o assunto é reconhecimento ou participação ativa. Pessoas como você somente conseguem incentivar-se por sua própria ausência de caráter e sensibilidade. São pessoas como você que consideram um absurdo investir R$ 10 ou R$ 20 – uma quantia totalmente simbólica, diga-se de passagem – em um recital de música clássica.

    Acredito de forma veemente que pontuais lapsos de memória estão mais vinculados ao compromisso do intérprete com a expressividade e com a transmissão absoluta da diversidade de elementos que integram a interpretação musical. Ou seja: em nenhum momento tais eventualidades colocam em dúvida a afluente musicalidade, a polidez sonora e a clareza de concepção do violonista Márlou Peruzzolo. Mas é óbvio: tais características passam despercebidas de forma diretamente proporcional à ignorância de espírito do sujeito. Sendo assim, as ditas eventualidades colocariam em dúvida sim a integridade técnica e musical do violonista, como em seu caso, onde a carência de sensibilidade e de apreciação artística estão aliadas à avidez do ouvinte tacanho pelo malabarismo barato. Se era o malabarismo barato que procurava, fico imensamente feliz que não tenha encontrado. Se você se sente lesado, imagine então estes "jovens violonistas", que são parte integrante de uma Associação sem fins lucrativos, que luta pelo futuro do violão goiano de forma quase utópica, numa espécie de ilusão consciente diante de pensamentos inescrupulosos como os seus – que sabemos serem predominantes. Enfim, luta-se, luta-se e luta-se; e mais uma vez podemos constatar que a sensibilidade, a percepção e a apreciação da arte são características atípicas e inusitadas na terra seca do sertanejo.

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